Campo Harmônico Maior
Campo Harmônico Maior é um grupo de acordes formados a partir da escala maior natural. Com base no acorde maior que define o tom de uma música(tônica), podemos encontrar quais os acordes que harmonizam com ele.
É mais ou menos como definir os acordes de um campo harmônico como integrantes de uma mesma família, que podem morar na mesma casa.
Por ser o campo harmônico maior, não significa que todos os acordes deste campo deverão ser maiores, mas obrigatoriamente a tônica é maior.
Existe um padrão na sequência do campo harmônico maior, que define se um acorde é maior, menor ou diminuto, com base no seu grau da escala.
Regras básicas para decorar o campo harmônico maior
Existem algumas regras que vão ajudar a construir o grupo de acordes que fazem parte do mesmo campo harmônico maior:
- O campo harmônico maior tem como base na escala maior da nota tônica;
- Os graus primeiro (I), quarto (IV) e quinto (V) dão origem a acordes maiores;
- Os graus segundo (II), terceiro (III) e sexto (VI) dão origem a acordes menores;
- O sétimo (VII) grau dá origem a acordes menores e diminutos.
O primeiro passo é escrever a escala da nota que deseja montar o campo harmônico, com seus respectivos graus.
Para saber quais são os acordes que fazem parte do campo harmônico do acorde Dó(C), vamos montar a escala da nota Dó(C), numerando os graus com algarismos romanos.

O próximo passo é usar a regra de acorde maior (M) ou menor (m) com base em cada grau. Os graus I, IV e V geram acordes maiores(M). Os graus II, III e VI geram acordes menores(m). O VII grau gera acordes menores diminutos(dim).

Entendendo as regras
A presença de acordes menores no campo harmônico de C (Dó maior) pode parecer contraintuitiva à primeira vista, já que estamos lidando com uma tonalidade maior.
Como o objetivo é descobrir quais são os acordes que harmonizam com o acorde Dó(C), é preciso que todos os acordes do campo harmônico maior estejam em harmonia.
Olhando para as notas da escala maior da nota Dó(C), é possível perceber que só existem notas naturais, nada de sustenidos ou bemóis.
Dessa forma, qualquer outro acorde que fizer parte do campo harmônico do acorde Dó(C), vai precisar se adequar para que as notas da sua escala não tenham sustenidos ou bemóis.
Falando de acordes formados com três notas (tríades) de uma escala, usaremos apenas os graus I, III e V.
Se os acordes forem tétrades, será necessário adequar os graus I, III, V e VII.
Ainda considerando o exemplo dos acordes que fazem parte com campo harmônico da acorde Dó(C), abaixo seguem as adequações que precisam ser feitas em alguns acordes.
Explicando o acorde Ré menor(Dm)
Usando tríade como exemplo, vamos montar a escala maior da nota Ré(D) para podermos formar o acorde Ré(D).

Você percebeu que existem duas notas não naturais na imagem da escala acima? O problema é que na escala maior de Dó(C) só existem notas naturais e por isso existe uma incompatibilidade.
Para que a escala maior da nota Ré(D) seja compatível com a escala maior da nota Dó(C), é preciso voltar meio tom do terceiro grau da escala que é Fá sustenido(F#), ficando assim a nota natural Fá(F).
Com essa alteração, lembrando os conceitos de intervalos musicais, se uma nota está a um tom e meio de distância da tônica, essa nota é uma terça menor.
Relembrando outro conceito de formação acordes com três notas. Se uma tríade tem a terça menor, esse acorde é menor.
Nesse caso, para que o acorde Ré(D) possa fazer parte com campo harmônico de Dó(C), ele precisa ser um acorde menor, Ré menor(Dm).
Ao construir os acordes do campo harmônico maior do acorde Dó maior(C), utilizamos apenas as notas presentes na escala da nota Dó maior (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si).
Explicando o acorde Mi menor(Em)
Vamos montar a escala maior da nota Mi(E) para podermos formar o acorde Mi(E).

Você percebeu que existem quatro acidentes musicais incompatíveis com a escala da nota Dó(C)?
Para que a escala maior da nota Mi(E) seja compatível com a escala maior da nota Dó(C), é preciso voltar meio tom dos graus da escala onde se tem sustenidos. Como estamos usando tríade como exemplo, só nos importa os graus I, III e V.
Entre esses três graus somente o terceiro tem um nota sustenido, que nesse caso é o Sol(G#). Com essa diminuição de meio tom no terceiro grau, o acorde Mi(E) muda para Mi menor(Em).
Explicando o acorde Fá (F)
Vamos montar a escala maior da nota Fá(F) para podermos formar o acorde Fá(F).

Você percebeu que existe um acidente musical no quarto grau? Nesse caso não existe nenhum problema, já que o quarto grau da escala não faz parte do acorde.
As notas F – A – C da tríade do acorde Fá(F) são todas naturais e compatíveis com o campo harmônico de Dó(C).
Como a terça da tríade do acorde é maior, o acorde do quarto grau do campo harmônico maior do acorde Dó(C) é o acorde Fá(F).
Explicando o acorde Sol (G)
Vamos montar a escala maior da nota Sol(G) para podermos formar o acorde Sol(G):

Todas as notas dos graus da tríade são maiores e compatíveis com a escala maior da nota Dó(C).
Como a terça da tríade do acorde é maior, o acorde do quinto grau do campo harmônico é Sol(G).
Explicando o acorde Lá menor (Am)
Vamos montar a escala maior da nota Lá(A) para podermos formar o acorde Lá(A):

Você percebeu que existem três acidentes na escala? Mas apenas os graus I, III e V importam para esse exemplo e só o grau III precisa voltar meio tom.
Como nos exemplos anteriores, uma tríade com terça menor gera um acorde menor. Para que possa ser compatível com o campo harmônico de Dó(C) o acorde do sexto grau precisa ser o Lá menor(Am).
Explicando o acorde Si menor diminuto (Bm5b)
Vamos montar a escala maior da nota Si(B) para entendermos porque este acorde tem esse nome tão diferente..

Como já mencionado nas análises anteriores, os graus de uma escala que formam a tríade são I, III e V, mas nenhum dos casos acima apresentou notas alteradas no quinto grau.
Além da redução do terceiro grau em meio tom, o quinto grau também precisa se ajustar para harmonizar com a escala maior da nota Dó(C).
A nomenclatura dos intervalos musicais é diferente quando se trata de quintas. A principal razão para essa diferença está na forma como os intervalos são construídos e na função que desempenham na harmonia.
Intervalos Justos são aqueles que possuem uma relação matemática simples entre as frequências das notas.
A quinta justa, por exemplo, tem uma razão de 3:2, o que a torna um intervalo muito consonante e estável.
Intervalos Aumentados e Diminutos são criados a partir dos intervalos justos, adicionando ou removendo meio tom.
Uma quinta diminuta é uma quinta justa com meio tom a menos. A sigla usada para definir o acorde tem a letra “m” característica de acordes menores, mas o “5b” para indicar que é uma quinta bemol, ou seja, uma quinta que voltou meio tom.
Quando falamos da escala de uma nota, apenas os graus IV e V são chamados de justos, diminutos ou aumentados. Mas quando estamos falando dos acordes que fazem parte de um campo harmônico, acordes de outros graus, como o sétimo grau do campo harmônico de Dó(C), podem ser chamados de diminutos ou aumentados.
Isso porque na composição daquele acorde que está ocupando o sétimo grau do campo harmônico do exemplo, o quinto grau da sua escala foi alterado.
Resumo
Abaixo você encontra o resumo do campo harmônico maior dos acordes naturais, aqueles sem sustenidos ou bemóis.

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