Intervalo musical
Aprender a classificar o intervalo musical é fundamental para a compreensão da música, pois estas classificações mostram a relação entre as notas e explicam a sonoridade de acordes, melodias e as harmonias entre eles.
Você já sabe que existem 12 notas musicais dentro de uma oitava que seguem uma ordem. Dessas 12 notas, 7 são as notas naturais e 5 são os seus acidentes musicais.
Quando uma dessas notas é usada como referência (chamada de tônica), é possível classificar a distância desta nota de referência em comparação com outras que são tocadas na sequência.
Como cada uma das notas possui uma frequência medida em hertz. A combinação entre essas notas pode produzir efeitos diferentes por causa da harmonização dos seus sons .
Classificação quantitativa do intervalo musical
É uma classificação visual, isso significa que podemos olhar para o instrumento ou seu desenho e chegar a uma conclusão.
Nessa classificação de intervalos, é considerada a quantidade de notas percorridas entre as tocadas.
Esse conceito parte do princípio de que devemos começar a contar partindo do número 1, considerando sempre a primeira nota tocada no intervalo até chegarmos na nota de destino.
Se tocarmos a nota Dó(C), que nesse caso é a tônica, seguida pela nota Ré(D), teremos um intervalo de segunda porque apenas duas notas foram percorridas: a primeira nota de referência e a nota final.

Começando mais uma vez pela nota Dó(C), tocando em seguida a nota Sol(G), temos um intervalo de quinta, já que entre Dó(C) e Sol(G) temos 5 notas.

A nota de referência de um intervalo não precisa sempre começar pela nota Dó(C), pode começar por qualquer nota. Note na figura abaixo que podemos medir o intervalo entre as notas Ré(D) e Sol(G), onde são percorridas 4 notas.

Quando uma mesma nota é tocada sucessivamente no instrumento ou ao mesmo tempo em instrumentos diferentes, temos um intervalo de primeira ou uníssono.
Se as notas tocadas dentro de um intervalo estiverem na mesma oitava, o intervalo é simples. Quando o intervalo passa para outra oitava, é composto.
Tudo estaria resolvido se só existissem as notas naturais Dó(C), Ré(D), Mi(E), Fá(F), Sol(G), Lá(A), Si (B), mas temos as notas alteradas que aumentam a complexidade desta contagem.
Vamos pegar como exemplo o intervalo entre Dó(C) e Dó sustenido(C#). Nesse caso, percorremos duas notas, resultando também em um intervalo de segunda.

O intervalo entre Ré(D) e Fá sustenido(F#), assim como entre Ré(D) e Sol(G), também é de quarta.

Para que seja possível classificar os intervalos, será necessário recorrer também à classificação qualitativa.
Classificação qualitativa do intervalo musical
Essa classificação também é visual, isso significa que podemos olhar para o instrumento ou seu desenho e chegar a uma conclusão.
Na classificação qualitativa dos intervalos é necessário contar os semitons(ST) e tons(T) entre as notas musicais. Essa classificação é que vai diferenciar os intervalos como maiores ou menores. Se você não sabe o que são tom e semitom, clique aqui.
No primeiro exemplo mostrado no início, o intervalo entre Dó(C) e Ré(D) é de segunda e entre essas duas notas existem 2 semitons(ST), que representam 1 tom. No intervalo entre Dó(C) e Dó sustenido (C#), existe apenas 1 semitom(ST) entre as notas.

Os dois intervalos são de segunda, mas o primeiro caso tem 2 semitons(ST) ou 1 tom(T) de distância entre as notas, enquanto o segundo caso só tem 1 semitom(ST) de distância.
Podemos perceber que, com relação a quantidade de semitons(ST) entre essas notas, um caso maior que o outro.
Se um é maior, significa que o outro, em relação ao maior, é o menor. Dessa forma podemos classificar o intervalo entre Dó(C) e Ré(D) como de segunda maior, já que 2 notas foram percorridas, sendo necessários 2 semitons(ST).
O intervalo entre Dó(C) e Dó sustenido (C#) é classificado como de segunda menor. É de segunda porque também percorreu 2 notas, mas apenas 1 semitom(ST).
Você pode usar os números para ajudar a contar os intervalos, atribuindo o valor de 0,5 para um semitom e o valor de 1 para um tom. Depois é só somar esses valores.
Para reforçar com outro exemplo, na figura abaixo, veja o intervalo entre Dó(C) e Sol(G), onde são contadas 5 notas. Trata-se de um intervalo de quinta.

A figura abaixo mostra as notas naturais e seus acidentes, atribuindo os valores de cada uma para facilitar a contagem dos tons e semitons. Veja quantos semitons e tons compõem o intervalo entre Dó(C) e Sol(G).

Entre Dó(C) e Sol(G) existem 5 notas que compõem o intervalo, com três tons e meio (3,5) de distância. Esse intervalo é classificado como quinta justa.
Contando os (T) e (ST)
De acordo com a quantidade de tons e semitons que estão presentes nos intervalos, estes são classificados como:
Uníssono: é o intervalo entre duas notas iguais. É o intervalo mais simples e não possui semitons.
Segunda menor: é o intervalo de um semitom entre duas notas.
Segunda maior: é o intervalo de dois semitons ou um tom entre duas notas.
Terça menor/Segunda aumentada: é o intervalo de três semitons ou um tom e meio entre duas notas.
Terça maior: é o intervalo de quatro semitons ou dois tons entre duas notas.
Quarta justa: é o intervalo de cinco semitons ou dois tons e meio entre duas notas.
Quinta diminuta/Quarta aumentada: é o intervalo de seis semitons ou três tons entre duas notas.
Quinta justa: é o intervalo de sete semitons ou três tons e meio entre duas notas.
Sexta menor/Quinta aumentada: é o intervalo de oito semitons ou quatro tons entre duas notas.
Sexta maior/Sétima diminuta: é o intervalo de nove semitons ou quatro tons e meio entre duas notas.
Sétima menor: é o intervalo de dez semitons ou cinco tons entre duas notas.
Sétima maior: é o intervalo de onze semitons ou cinco tons e meio entre duas notas.
Oitava justa: é o intervalo de doze semitons entre duas notas. É a repetição da mesma nota em uma oitava diferente.
Mesmo intervalo, mas nomes diferentes
Alguns intervalos podem ser classificados com mais de um nome, como terça menor ou segunda aumentada.
Assim como na classificação da equivalência das notas, onde um acidente musical pode ser sustenido de uma nota natural ou o bemol de outra nota natural, classificar um intervalo como terça menor ou segundo aumentada também vai depender se estamos aumentando ou diminuindo um grau em relação à tônica(nota de referência).
Usando a nota Dó(C) como referência, veja abaixo a classificação dos intervalos de cada uma das 11 notas em relação à tônica. Pode ficar confuso, mas na prática são dois nomes diferentes para a mesma coisa.
C – Tônica.
C# – Segunda menor
D – Segunda Maior
D# / Eb – Terça menor / Segunda aumentada
E – Terça Maior
F – Quarta justa
F# / Gb – Quarta aumentada / Quinta diminuta
G – Quinta justa
G# / Ab – Quinta aumentada/Sexta diminuta
A – Sexta Maior / Sétima diminuta
A# / Bb – Sétima menor
B – Sétima Maior
Algumas classificações se destacam das outras pela dominação ” justa”. Isso ocorre porque cada nota tem uma frequência de vibração medida em hertz.
Para alguns casos específicos, os intervalos são divisões perfeitas das frequências da nota de referência para o seu intervalo justo. Na prática isso é percebido pela harmonia da sonoridade entre essas notas do intervalo.
A tabela abaixo resume essas informações, relacionando o número de notas de um intervalo e a sua quantidade de tons e semitons.

Harmonia dos intervalos
A classificação de dissonância ou consonância de intervalos é uma forma de classificar a sensação de tensão ou relaxamento causada pela combinação de intervalos musicais.
Nesta análise é preciso utilizar o instrumento e produzir os sons para perceber a consonância ou dissonâncias dos intervalos.
Os intervalos consonantes são aqueles que soam estáveis e agradáveis aos ouvidos. Isso porque suas frequências se combinam de maneira harmoniosa.
Os intervalos consonantes perfeitos são a quarta justa, a quinta justa e a oitava justa. Os intervalos consonantes imperfeitos incluem terças maiores e menores e sextas maiores e menores.
Os intervalos dissonantes são aqueles que soam mais tensos e instáveis. Eles criam uma sensação de tensão que normalmente requer resolução de um intervalo consonante.
Os intervalos mais dissonantes são segundas menores e maiores, sétimas menores e maiores.
A tabela abaixo resume as informações.

Os intervalos criam acordes e escalas musicais. Além disso, os intervalos trazem a sensação de tensão e resolução na música.
Por exemplo, a tensão criada por um intervalo dissonante pode ser resolvida pela mudança para um intervalo consonante, como uma quarta justa ou uma quinta justa.
Você conhece a música tema do filme “O tubarão”(Jaws)? Essas duas notas causam tensão por se tratar de um intervalo de segunda menor, intervalo dissonante.
Na corda 6, casa 1, se encontra a nota Fá(F), na casa seguinte da mesma corda, se encontra a nota Fá sustenido(F#). Toque as notas na sequência (F) e (F#), repetindo várias vezes e sinta a tensão.
A compreensão dos intervalos musicais é fundamental para qualquer músico que queira criar harmonias e melodias interessantes e agradáveis aos ouvidos.
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